¿ o que nos resta ?

... um mundo vigilante, no qual mesmo em silêncio é preciso saber o que dizer.

setembro 28, 2010

300 TIRIRICAS COM ANEL DE DOUTOR

2 ruídos
A comédia eleitoral brasileira é do tipo pastelão. A maioria vota num congressista que tenta a reeleição, achando que ele é sério. Quando o sujeito volta, em Brasília, a protagonizar o grotesco espetáculo parlamentar brasileiro, todos levamos torta na cara.

Agora, o pensamento único da mídia encontrou uma nova vítima. Entre as muitas que a mídia atacou nestas eleições, talvez seja a menos pensada.

Se multiplicam insinuações na imprensa questionando a candidatura do Tiririca e sua legitimidade, algo nutrido pelo mesmo preconceito que vazou da boca da nossa (psuedo) elite (pseudo) intelectual quando teve que lidar com um metalúrgico chegando ao Planalto.

Senão vejamos: Tiririca é um palhaço. Semianalfabeto, disseram alguns, repetindo a crítica que se faz ao Lula desde sempre. Em resumo, preconceito

Outros dizem: um palhaço, que vai puxar votos prá canalhas como Valdemar Costa Neto e outros corruptos do PR. Novamente, preconceito.

A certeza do fenômeno, que vai ser decisivo no quociente que definirá os deputados federais em São Paulo, não justifica a crítica. Todos os partidos trataram de procurar personagens pitorescos que pudessem atrair votos, uns vão conseguir mais que outros. Por que a crítica só ao Tiririca? Por que os irmãos KLB, que puxam votos pros corruptos do ex-PFL (refugo da ARENA, o partido da ditadura) são inocentados? Questão de berço?

Enfim, todas as críticas ao humorista se resumem no preconceito pelo fato dele ser um palhaço autêntico, como se a democracia consistisse em garantir direitos políticos somente aos que “tem biografia” prá ser político - dentre os quais, muitos palhaços disfarçados de gente séria. Como se o Congresso Nacional não fosse um par de imensos picadeiros.

A desmoralização do Congresso Nacional é uma realidade desde antes do Brasil conhecer o Tiririca. Começou quando os parlementares eram supostamente sérios, e mesmo assim, mantinham a discussão legislativa claramente dissociada dos interesses da população.

Tiririca é um palhaço de circo. Como todo brasileiro, tem direitos políticos reconhecidos, pode ser candidato e merece ser eleito se receber uma votação capaz de legitimá-lo.

A possível presença do pitoresco personagem no (esse sim, infame) Congresso Nacional, classificada por alguns desavisados como escândalo, revela algo mais que a ojeriza de muitos em ver outro mal nascido transitando pelos corredores do poder. Senão, cabe aqui alguns importantes lembretes:

Lembram-se do senador amazonense que disse em plenário que daria uma surra no presidente? E que depois, um deputado baiano, do porte de um ananias, repetiu a mesma ameaça na Câmara? Isso é menos vergonhoso que eleger o Tiririca deputado?

Lembram-se dos deputados comemorando vitórias em votações pulando e gritando “uh dererê” e outros refrões funk em plenário?

Lembram-se de um senador paulista, considerado entre os mais respeitáveis do Brasil, desfilando de calcinha vermelha pelos corredores do edifício?

Isso sem citar as estripulias mais comuns: as abstenções reiteradas, as ausências reiteradas, o abuso de cartões corporativos, o nepotismo, as votações prá duplicar seus próprios salários, a venda de votos prá emenda da reeleição, o show de horrores de cada CPI que se abre prometendo a verdade e se arquiva, meses depois, sem revelar nada nem punir ninguém.

Pior do que está, fica? Ou temos que dar razão ao bordão do Tiririca?

Lembremos também que o palhaço sequer é o primeiro a usar o deboche em benefício eleitoral. Pois em 2002, Enéas conseguiu tantos votos prá deputado federal que levou com ele outros seis companheiros de partido, que juntos não poderiam eleger sequer um vereador em Campinas. Em 2006, Clodovil e Franck Aguiar realizaram façanhas parecidas.

O espetáculo não pode parar, e não vai parar, com ou sem Tiririca. E não adianta reclamar que a piada perdeu a graça com o passar do tempo, que a cada quatro anos aparecem, entre calouros e reeleitos, trezentos tiriricas com anel de doutor em Brasilia, reciclando a anedota e mantendo a lona erguida.

Uma pirueta, duas piruetas, bravo, bravô... Mais um picareta, trezentos picaretas, bravo, bravô...

agosto 30, 2010

AQUI TEM CEM ANOS DE POVO...

2 ruídos
aqui tem cem anos de povo
LOUCO POR TI, CORINTHIANS!!!

aquele que não sabe ser louco
não sabe o que é ser Corinthians

não sabe o que é zero no bolso
não sabe o que é labutar
não sabe viver sem almoço
não sabe viver sem jantar

não sabe esquecer a comida prá ver o Timão jogar
não viu o mendigo banguela de Timão se alimentar
não sabe o que é a favela depois do Timão ganhar

não sabe o que é não ter nada
e ainda saber amar
e gritar:
VÂMO VÂMO MEU TIMÃO
VÂMO MEU TIMÃO
NÃO PÁRA DE LUTAR!!

cem anos do time do povo
LOUCO POR TI, CORINTHIANS!!!

aquele que sabe ser louco
sabe que é pouco prá ti, Corinthians

quem te viu nascendo do povo
sob um lampião a gás
entende o que é ser maloqueiro
sofrer e ainda assim gozar

nos tratam pior que cachorro, nos tratam como gambás
mas o Timão ganha dos ricos pro pobre comemorar
Corinthians: vingança de um povo que sofre feliz demais

o gavião voa altaneiro
São Jorge a abençoar
saravá:
VÂMO VÂMO MEU TIMÃO
VÂMO MEU TIMÃO
NÃO PÁRA DE LUTAR!!

aqui tem cem anos de povo
LOUCO POR TI, CORINTHIANS!!!

aqueles que acham que é pouco
não viram o que eu vi, Corinthians

não viram o gol do Basílio
não viram o Polegar

não viram os nossos guerreiros fazendo o Brasil mudar
Democracia Corinthiana pedindo DIRETAS JÁ!!!

não viram nem Neco nem Neto, nem a raça de Tupã
a raça do negro alvinegro, a raça do povo brasileiro

não viram a Fiel virar dona de todo Maracanã
na Copacabana paulista
a Fiel foi campeã
gritando:
VÂMO VÂMO MEU TIMÃO
VÂMO MEU TIMÃO
NÃO PÁRA DE LUTAR!!

cem anos do time do povo
LOUCO POR TI, CORINTHIANS!!!

povo que canta até ficar rouco
que vive por ti, Corinthians

povo que sofre como nenhum outro
que morre por ti, Corinthians

povo que não leva documentos
sua identidade é ser Corinthians

que não precisa de libertadores
foi libertado por ti, Corinthians

povo que é campeão do mundo
um mundo que é teu, Corinthians

é esse mundo de um bando de louco
que não precisa de nada mais
QUE SÓ PRECISA SER TIMÃO
PRÁ SEMPRE SER TIMÃO
PRÁ SEMPRE TE AMAR

que será sempre esse bando de louco
LOUCO POR TI, CORINTHIANS!!!

janeiro 07, 2010

O Beijo de Bronze

9 ruídos
Nos conhecemos ao anoitecer e, já no raiar do dia seguinte, amanhecemos nús entre as flores do mais belo jardim da praia. O sabor do eterno em nossas bocas exigia um beijo mais, tão poderoso que seria capaz de deter o tempo.

E o tempo parou! As pessoas se congelaram. Saimos do jardim a explorar aquele novo mundo feito uma imensa galeria de estátuas humanas.

Parecia divertido, no princípio, ver aquelas pessoas oferecendo-nos sua intimidade estática. Entre tantas cenas vulgares, havia pessoas de todos os tipos. Umas amando, e algumas literalmente. Outras matando, e algumas literalmente. E muitas caras conhecidas, cujas rotinas eram tão ortodoxas que, estando inertes, pouco se diferenciavam de suas anteriores versões movediças.

A imobilidade transformava até o urbano em bucólico, mas lá vinha você com seus olhos brilhantes, resgatar meus olhos capturados por aquela solidão e pela metáfora da eternidade que ambos invejávamos.

Antes que o tédio pudesse consolidar-se em nossas almas, você me propõe um novo e definitivo beijo mágico, e me leva de volta ao jardim onde havíamos despertado.

Novamente, nossas bocas se exigiram. A paixão que mesclava nossas línguas voluptuosas parecia querer transformá-las numa única peça de bronze, moldando a lânguida escultura de um beijo imortal.

Também nossos corpos desnudos, passarela de nossas mãos desejosas, eram carne se fazendo bronze, a perpetuar aqueles carinhos.

Nosso amor, no segundo anterior, tornou-se o maravilhoso monumento de um beijo que nunca terminou!

E o tempo, no segundo posterior, tornou a correr. As pessoas ao redor se livraram da imobilidade do tempo, retornando ao cotidiano imóvel de suas agitadas vidas.

Nenhuma delas percebeu que o mais belo jardim da praia contava com sua nova e mais bela estátua...

... o resto é silêncio!

novembro 30, 2009

Tarso, o Genro do Brasil

3 ruídos
Se eu fosse um desses típicos pais de família da classe alta paulistana, falso moralista disfarçado de falso liberal, e tivesse uma filha que, apesar de já haver entrado na idade sexualmente ativa, ainda tentasse manter algo daquela áurea de princesinha do papai, e viesse com um papo do tipo "paiê, você acha que eu dou prá sair com político", eu certamente responderia: "olha, filha, você sabe que você pode dar pro que você quiser, sempre que acredite poder gozar dessas suas escolhas, mas claro que, dependendo do político, isso pode acabar dando errado":

- Por que, papai?

- Se você acha que o futebol é a coisa mais chata que pode desviar a atenção de um homem praquilo que realmente te interessa, já te aviso que existe coisa muito pior.

- Por que, papai?

- Porque a política é um saco! Se bem que os políticos são como astros de rock: nos palcos são deuses, mas dos camarins em diante são podres. E aí, quem perde é você e a Justiça.
- Por que, papai?

- Prá Justiça, porque se correr não há certeza de que o bicho pega, e prá você, porque se ficar não há certeza de que o bicho come.

- Mas você acha que eu poderia ser feliz ao lado de um político? Sei lá, quem sabe um que fosse mais certinho, perfil mais responsável, burocrático...

- Submisso, você diz?

- E se ele fosse daqueles que me enchesse de presentes todos os dias? Seria tão meigo...

- É, geralmente quando compra muitos presentes é prá compensar outras faltas.

- E se ele fosse acreditasse em tudo o que eu falo sem questionar nada? Será que existe um homem tão bom assim?

- Seria um bom lugar prá pendurar um par de chifres.

- Ainda mais se ele passa o dia ocupado com sua agenda política, porquê assim eu também tenho tempo de tocar minha vida de forma independente, ver os meus amigos...

- Então, chifres...

- E não deixaria de ser um homem com quem eu talvez possa ter um projeto de vida.

- Mais ou menos como o da Miriam Dutra, por exemplo.

- Enfim, pai, você acha que eu devo entrar nessa?

- Você é quem sabe, minha filha, eu só peço prá você ter cuidado, sempre!

- Eu conheci um cara ontem, ele é mais velho, mas é galã, estilo Carlos Vereza, sabe? Homem do Sul, mas mora lá em Brasília. Tem cara de almofadinha, mas é tão bonzinho!!

- Aliás, a melhor parte é essa: ele é bonzinho!!

- O nome dele é Tarso, parece que trabalha no Ministério da Justiça, ou da Educação, não lembro direito... ah, nem interessa.

- Claro que não! Por sinal, você viu se eu deixei as chaves na porta do lado de dentro ou do lado de fora? Ah, esquece, nem interessa também!

- Enfim, você aprova, então?

- Claro que sim! Por sinal, você acha que eu devo usar meu uniforme, digo, minha fantasia da Ku Kux Klan no próximo Baile do Vermelho e Preto?

- Obrigada, papai! Você é o melhor pai do mundo, sabia?

- Ô se sei, é o que me resta...

... o resto é silêncio!

novembro 11, 2009

Sampauleganistão

10 ruídos
Somente a luz do saber é capaz de evitar a barbárie no meio acadêmico, quando o ingresso de uma jovem exibindo suas voluptuosas pernas em direção ao banheiro desperta o furor adolescente e causa rebuliço numa universidade em Sampauleganistão.

Tanta carne humana exposta afetou os estudantes que tentavam se concentrar em suas tarefas - e eles não tiveram outra escolha senão abandonar os livros prá acompanhar aquele atentado contra a saúde pública, causador de uma revolução hormonal sem precedentes.

A moça piorava a situação, agregando sedução a cada passo. Grupos de admiradores e detratores equiparavam desejos de amor e ódio sob o signo da violência, e formaram uma multidão que configurava o maior caso de assédio sexual massivo da história. Uma única moça seduzindo setecentas pessoas, entre homens e mulheres.

Predominaram, na multidão, os valores éticos e morais, que provocaram uma reação coletiva em defesa do ambiente escolar, através da única forma civilizada de se por fim àquela balbúrdia: o linchamento!

Faltaram as pedras, sobraram os palavrões, e alguns braços que, dissumulando a indignação dos protestantes, se assomavam tentando um beliscãozinho na coxa, uma apalpada, uma foto ou vídeo entre pernas prá guardar de troféu-recordação no celular.

Não ficou claro se a intervenção policial evitou um espancamento ou um estupro, mas a eficaz sindicância realizada pela universidade encontrou depoimentos de espipiões (observadores que controlam o percurso dos estudantes ao banheiro, evitando assim que as necessidades fisiológicas colaborem com a evasão escolar) que asseguraram que a jovem realizou um persurso maior que o normal em sua ida ao banheiro, e que esse equívoco teria desencadeado tudo.

Portanto, a atitude despudorada da vítima a transformou em única responsável do seu próprio infortúnio.

Diante dessas evidências, não cabia outra decisão senão a de expulsar a moça do quadro discente da universidade, o que depois foi revogado devido da condenação quase unânime da imprensa marrom nacional e internacional - por exemplo, essa crítica publicada num diário do Paquistão (DO PAQUISTÃO!!!): http://www.apakistannews.com/geisy-arruda-photo-146166.

Somente a luz do saber não se apaga em Sampauleganistão...

... o resto é silêncio!

outubro 29, 2009

Mérito Crasso

8 ruídos
Um dos mais pomposos jornais brasileiros multiplica milhares de vezes, em seu parque gráfico, uma página onde se lê um editorial que, usando termos como "bolsa vagabundagem" e "agriencosto familiar", critica o exagerado assistencialismo do atual governo, numa tentativa de reforçar a meritocracia como ferramenta inalienável da verdadeira justiça social.

Nem todas essas páginas terão a mesma sorte. Muitas chegarão antes do meio dia aos escritórios centrais do empresariado paulistano. Outras passarão o dia com seus exemplares pendurados nas bancas de jornais - e ai daqueles que forem pendurados no Tatuapé, onde a sorte não será a mesma dos pendurados em Pinheiros.

Apesar da grande tiragem do jornal, o editorial na segunda página está condenado a um quase anônimo sucesso. Pouquíssimos o lerão, mas o farão com um regozijo impressionante. O banqueiro ligará pro seu irmão assessor do senador. O senador enviará um torpedo ao seu primo executivo da montadora. O cêeô da montadora pedirá à sua secretária enviar o editorial por fax ao seu sobrinho advogado do banco. Um mundo de recomendações cruzadas, onde todos comentarão o retorno de volares tradicionais, como a conquista pelo esforço do trabalho, a meritocracia como condição sine qua non.


A maioria dos editoriais não lidos, e inclusive alguns lidos, terminarão na feira, nas mãos de embrulhadores de verduras, frutas e caixas de ovos. Na feira não existe meritocracia, os consumidores escolhem geralmente os produtos mais bonitos e visualmente mais apetecíveis, e não aqueles que se esforçaram mais pela oportunidade de estarem ali, naquela inerte luta por se destacar.

Terminada a feira, vendoredores e compradores voltarão prás suas respectivas casas, onde seguirão tentando se destacar na sociedade pela inércia de suas vidas cotidianas, desperdiçando inúmeras chances de melhorar de vida - chances essas que foram devidamente aproveitadas pelo irmão do banqueiro, pelo primo do senador e pelo sobrinho do cêeô da montadora, por exemplo.

Nenhum editorial de nenhum jornal brasileiro, pomposo ou não, reconhecerá a pertinencia da inércia da vida cotidiana, mesmo sabendo o destino feirante da maioria das páginas impressas em seus parques gráficos...

... o resto é silêncio!

outubro 21, 2009

Silva Não Quer Ser Racista

13 ruídos
Quando a novela das oito mostra uma personagem coadjuvante negra defendendo a tese de que não existe racismo no Brasil, cercada por protagonistas brancas, Silva desliga a televisão e reflete alguns segundos sobre o tema. Volta a ligá-la e aparece um reclame das Casas Bahia protagonizado por Pelé. Eis aí um grande exemplo de que esse país não é racista: aqui o Rei é negro, e vive, entre outras coisa, de propagandear eletrodomésticos.

Ou será que a televisão estaria tentando lhe convencer? Justo ele? Por que?

Silva nunca pensou seriamente sobre se ele mesmo é ou não racista, menos ainda respeito à toda a sociedade. Aquilo o incomodava, queria ter uma opinião própria e não tragar em seco a opinião da tevê.

Termina a opereta e começa o telejornal, onde não há negros apresentadores, alguns negros repórteres sim, e muitos negros protagonizando os noticiários policial e esportivo. O bloco político também não mostra negros. Silva tenta recordar se já tivemos alguma vez um candidato negro à presidência da república. Talvez sim, mas ele não se lembra, e novamente desliga a tevê.

Mas Silva é teimoso e liga de novo, justo no momento em que dava uma reportagem sobre as universidades brasileiras e cotas prá estudantes negros.

Seria outra coincidência, e a prova cabal de que o brasileiro não é racista? Ou mais uma manobra do aparalho prá fazer ele e toda a classe média engolir a teoria de um Brasil sem racismo?

Prá terminar aquela briga com sua consciência, Silva define prá si mesmo que o Brasil é grande e tem gente de todo o tipo, racista e não racistas, como em todos os países. Ponto! Mas onde estão uns e outros? Qual é a predominância nos centros de poder? Não interessa! Já está tarde, é hora de dormir!

Antes de desligar, uma vinheta anuncia o carnaval com várias mulatas desconhecidas e algumas poucas brancas que figuraram nas capas da Playboy. Quantas negras foram capa da Playboy? Silva não sabe, e prefere a impressão de que pelo menos na vinheta elas são maioria.

Cansado do tema, busca o controle prá desligar definitivamente o aparelho, quando o boletim futebolístico mostra uma estranha (ou teria sido oportunista?) matéria lembrando os casos de brigas entre jogadores brasileiros e argentinos, enfatizando termos como "macaquitos", "negros de mierda", e por aí vai.

Click e boa noite! Silva vai prá cama mais aliviado, pois no final ele não deve ser mesmo racista, o país onde ele vive tampouco. Racistas são os argentinos!

Lhe resta apenas uma singela preocupação.

Silva quer parar de acreditar na televisão, mas não consegue...

... o resto é silêncio!


 

¡ o resto é silêncio ! Desenhado por HARV © 2009