
- Por que, papai?
- Mas você acha que eu poderia ser feliz ao lado de um político? Sei lá, quem sabe um que fosse mais certinho, perfil mais responsável, burocrático...
- Submisso, você diz?
- E se ele fosse daqueles que me enchesse de presentes todos os dias? Seria tão meigo...
- É, geralmente quando compra muitos presentes é prá compensar outras faltas.
- E se ele fosse acreditasse em tudo o que eu falo sem questionar nada? Será que existe um homem tão bom assim?
- Seria um bom lugar prá pendurar um par de chifres.
- Ainda mais se ele passa o dia ocupado com sua agenda política, porquê assim eu também tenho tempo de tocar minha vida de forma independente, ver os meus amigos...
- Então, chifres...
- E não deixaria de ser um homem com quem eu talvez possa ter um projeto de vida.
- Mais ou menos como o da Miriam Dutra, por exemplo.
- Enfim, pai, você acha que eu devo entrar nessa?
- Você é quem sabe, minha filha, eu só peço prá você ter cuidado, sempre!
- Eu conheci um cara ontem, ele é mais velho, mas é galã, estilo Carlos Vereza, sabe? Homem do Sul, mas mora lá em Brasília. Tem cara de almofadinha, mas é tão bonzinho!!
- Aliás, a melhor parte é essa: ele é bonzinho!!
- O nome dele é Tarso, parece que trabalha no Ministério da Justiça, ou da Educação, não lembro direito... ah, nem interessa.
- Claro que não! Por sinal, você viu se eu deixei as chaves na porta do lado de dentro ou do lado de fora? Ah, esquece, nem interessa também!
- Claro que sim! Por sinal, você acha que eu devo usar meu uniforme, digo, minha fantasia da Ku Kux Klan no próximo Baile do Vermelho e Preto?
- Obrigada, papai! Você é o melhor pai do mundo, sabia?
- Ô se sei, é o que me resta...
... o resto é silêncio!
3 ruídos:
Depois do filme Lula, o filho do Brasil, nada mais apropriado do que o seu título para mais uma produção cinematográfica do nosso Brasil, sil, sil...
Se já temos o filho e o genro, só falta o pai ser o Sarney!
Minha filha é melhor fazer esta boca de urna direito...
Se fosse minha filha eu não deixava! Mulher de bandido nunca! Nem de colarinho branco nem sem colarinho!
Valeu!
Marcelo
Depois da Maria-chuteira, Maria-Gasolina e até a Maria-Capacete, chegou a Maria-Gabinete. Mulheres de visão!
O texto flui. Ágil. Me lembrou a célebre canção dos trapalhões: "Papai, eu quero me casar... ô minha filha, você diga com quem..."
Abraço.
http://amenidadescronicas.blogspot.com
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